Planning biosolids land application rates for agricultural systems
Crohn, David M.
1996
Type
article
Creator
Identifier
Réfega, A. (1999) - Desertificação : realidade ou mito? (continuação). Agroforum : Revista da Escola Superior Agrária de Castelo Branco. ISSN 0872-2617. Ano 7:14, p. 25-31.
0872-2617
Title
Desertificação : realidade ou mito? (continuação).
Date
2018-02-17T16:03:55Z
2018-02-17T16:03:55Z
1999
2018-02-17T16:03:55Z
1999
Description
Continuação do artigo publicado em : RÉFEGA, A. (1997) - Desertificacao : realidade ou mito?. Agroforum : Revista da Escola Superior Agrária de Castelo Branco. ISSN 0872-2617. Ano 6:12, p. 23-28.
Porque o conceito de desertificação nem sempre parece ser entendido de forma correcta, propõe-se que, em concordância com a FAO e a CNUAD, seja tido como "o conjunto de factores geológicos, climáticos, biológicos e humanos, que conduzem à degradação das qualidades físicas, químicas e biológicas das terras das zonas áridas e semi-áridas e põem em causa a biodiversidade e a sobrevivência das comunidades". Trata-se de processo fortemente intensificado pela actividade antrópica, que se vem aprofundando e expandindo a ritmo crescente, pelo que muito preocupa a Humanidade, que considerando-o como um processo planetário, procura organizar-se na tentativa de minimizar os seus nefastos efeitos. Aceita-se que a desertificação afecte 1/6 da população mundial e 1/4 da superfície da Terra, contribuindo para a situação de precaridade, senão de miséria, fome e morte de um elevadíssimo número de seres humanos que vivem e trabalham nas múltiplas e vastas regiões do Globo mais susceptíveis a este flagelo. Se o Sahel é tido como o expoente máximo em termos de desertificação, não deixa de ser curioso que seja a Europa o Continente com maior representação percentual em termos de área em processo de desertificação. Na verdade, ela é de 33,2%, enquanto que as respeitantes à África e à Ásia são, respectivamente, de 24,8% e 22,1%. A região Mediterrânica é particularmente sensível à desertificarão, como resultado do efeito sinergético de factores mesológicos (clima, rocha, relevo, solos, vegetação) e antrópicos. Portugal, sujeito a períodos de secas que fragilizam os seus ecossistemas mais sensíveis e exaurem os seus recursos hídricos, apresenta no entanto como efeito mais visível e continuado, em termos de desertificação, a erosão do solo, tem cerca de 1/3 da sua área seriamente ameaçada pela desertificação (ver Mapa), enquanto que cerca de metade da sua superfície agrícola vem adquirindo um cariz crescente de semi-aridez. Com o património pedológico substancialmente mais pobre do que o de qualquer dos seus parceiros da zona Mediterrânica da Europa, é aquele que também apresenta maiores riscos de erosão actual e de erosão potencial, facto aliás bem demonstrado pelo Programa CORINE. Sem um adequado ordenamento do território, com uma agricultura anquilosada e que ainda não encontrou o caminho certo da modernidade, do progresso e da rendibilidade económica, e que contribui, a ritmo sempre crescente, para a urbanização, o País gera no entanto cerca de 25% da sua "riqueza" agrícola nas zonas susceptíveis de desertificação, que produzem 50% do arroz, 75% do trigo, 85% da aveia e da cevada, 60% do tabaco, 90% do girassol, 40% do azeite, 80% da cortiça. Factos estes por certo bastantes para que o ordenamento do território, o uso judicioso dos ecossistemas e, numa palavra, a preservação do Ambiente, constituam tarefas tão urgentes como imprescindíveis, cuja execução não poderá ser deixada para amanha, na medida em que o futuro, que queremos promissor, começa hoje.
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Porque o conceito de desertificação nem sempre parece ser entendido de forma correcta, propõe-se que, em concordância com a FAO e a CNUAD, seja tido como "o conjunto de factores geológicos, climáticos, biológicos e humanos, que conduzem à degradação das qualidades físicas, químicas e biológicas das terras das zonas áridas e semi-áridas e põem em causa a biodiversidade e a sobrevivência das comunidades". Trata-se de processo fortemente intensificado pela actividade antrópica, que se vem aprofundando e expandindo a ritmo crescente, pelo que muito preocupa a Humanidade, que considerando-o como um processo planetário, procura organizar-se na tentativa de minimizar os seus nefastos efeitos. Aceita-se que a desertificação afecte 1/6 da população mundial e 1/4 da superfície da Terra, contribuindo para a situação de precaridade, senão de miséria, fome e morte de um elevadíssimo número de seres humanos que vivem e trabalham nas múltiplas e vastas regiões do Globo mais susceptíveis a este flagelo. Se o Sahel é tido como o expoente máximo em termos de desertificação, não deixa de ser curioso que seja a Europa o Continente com maior representação percentual em termos de área em processo de desertificação. Na verdade, ela é de 33,2%, enquanto que as respeitantes à África e à Ásia são, respectivamente, de 24,8% e 22,1%. A região Mediterrânica é particularmente sensível à desertificarão, como resultado do efeito sinergético de factores mesológicos (clima, rocha, relevo, solos, vegetação) e antrópicos. Portugal, sujeito a períodos de secas que fragilizam os seus ecossistemas mais sensíveis e exaurem os seus recursos hídricos, apresenta no entanto como efeito mais visível e continuado, em termos de desertificação, a erosão do solo, tem cerca de 1/3 da sua área seriamente ameaçada pela desertificação (ver Mapa), enquanto que cerca de metade da sua superfície agrícola vem adquirindo um cariz crescente de semi-aridez. Com o património pedológico substancialmente mais pobre do que o de qualquer dos seus parceiros da zona Mediterrânica da Europa, é aquele que também apresenta maiores riscos de erosão actual e de erosão potencial, facto aliás bem demonstrado pelo Programa CORINE. Sem um adequado ordenamento do território, com uma agricultura anquilosada e que ainda não encontrou o caminho certo da modernidade, do progresso e da rendibilidade económica, e que contribui, a ritmo sempre crescente, para a urbanização, o País gera no entanto cerca de 25% da sua "riqueza" agrícola nas zonas susceptíveis de desertificação, que produzem 50% do arroz, 75% do trigo, 85% da aveia e da cevada, 60% do tabaco, 90% do girassol, 40% do azeite, 80% da cortiça. Factos estes por certo bastantes para que o ordenamento do território, o uso judicioso dos ecossistemas e, numa palavra, a preservação do Ambiente, constituam tarefas tão urgentes como imprescindíveis, cuja execução não poderá ser deixada para amanha, na medida em que o futuro, que queremos promissor, começa hoje.
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